Que já era alta noite quando o brilho preguiçoso da lua deu lugar a cores primárias, mais ensolaradas que o próprio sol. Que, soturnas, elas me doíam à medida que expeliam beleza enquanto eu habitava a sucata de ossos e carne velha. Que se comiserava pela fome, pelo desânimo e - mais ainda - pela total impossibilidade de fuga. Que eu almejava desde que fora parido - fugir, fugir, fugir para as terras mais distantes, aquelas que nunca foram percorridas. Que eu sou um homem - cheio de barba, suor e calos - que já passou do tempo de ficar procurando sujeira no céu.
sábado, 8 de janeiro de 2011
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