domingo, 29 de maio de 2011

Modo de fazer

Tenho notado que, ultimamente, meus dias ruminados andam cada vez mais noturnos. O escuro, o aparente silêncio da cidade e a inevitável inspiração para a vida são os culpados disso. Ainda assim, o fato é que vivo sob a égide de outros signos. Quando esse blog foi criado, há mais de dois anos, eram outras as pulsões que me dominavam. Hoje, minha alma lírica possui pretensões menores, mas nem por isso mais simples de alcançar. É quando recorro a fórmulas particulares para atingir pequenos instantes de felicidade, como o pequeno exercício a seguir. São passos para explorar as nuances de minha solidão consentida e, francamente, não tenho certeza se podem se aplicar aos outros.

1. Diminua a luz;
2. Crie frio, haja o que houver;
2. Abra o RainyMood;
3.Deixe o Tom Waits cantar;
4. Desligue o relógio. Indefinidamente.

Se, ao invés de alívio, a experiência lhe causar dor, vale degustar com acompanhamento. É recomendável que se tente fazê-lo imediatamente após o início do problema. Exponha-se e peça amor. Se não for o suficiente, implore. Vá fundo. Vá longe. Vá às cegas. Talvez não tenha chegado a lugar nenhum, que é onde eu me escondo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Corpo, morro dos prazeres

Noite gelada, bebida gelada, casa gelada, coração em chamas.

Observe-me. Estou enterrado por leis universais e coberto por uma fina pá de particularidades. O resto é mera formalidade do destino, entre tons que vão do mais hilário ao trágico completo. Nascido entre escombros, tornei-me parte dessa massa de tijolos secos. Sou meio-gente, meio-destroço - nunca uma parede completa, nunca uma articulação proveitosa de coisa alguma. Seja bem-vindo ao Game of Life. Volte três casas.