segunda-feira, 2 de julho de 2012

Silhueta

Quando aconteceu, exercitava sua fina arte de devastar o mundo. Começou roçando o chão quente do cerrado e acabou encontrou a planta dos meus pés pelo caminho. Mesmo apertando os olhos, uma silhueta tátil se impunha altiva, estendendo dedos sobre mim. Como um recorte de um tempo imaginário, o instante passava sem emitir juízo. A vida acontecia ali e, no mais absoluto silêncio, apontava um parecer sem volta, mas cheio de fé, prazer e graça.

O fim é um desfecho ou um novo percurso?

3 comentários:

  1. Título secundário: Outro frevo axé.

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  2. Lindo!!!
    "A vida acontecia ali e, no mais absoluto silêncio, apontava um parecer sem volta..."
    Parabéns!

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  3. Entre o valor do não dito e a imagem da silhueta, o fim só pode não-existir-eternamente, significando apenas ritos de passagem para que venha o tal novo começo.
    Muito bom!

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