domingo, 3 de março de 2013

Goiás cubista


A terra da minha terra, quando vista acima da Terra, aparece como um quebra-cabeça. É um tapete de Picasso, em que o vermelho disputa com o amarelo e ambos disputam com o verde soberano da soja e da cana. Em suas artimanhas fronteiriças, a terra vai virando pó, o mesmo que os homens viram quando descem terra abaixo. Não se pode vê-los de tão alto, o que talvez seja uma justificativa plausível para que Alguém os tenha esquecido de vez. Por cima da Terra, nenhum amor se vê. Nenhum coração se planta na terra agrícola estendida sobre o cerrado.

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