Meu pequeno senhor,
Venho por meio dessas singelas palavras,
que, embora pareçam, não têm qualquer tom jocoso,
intenção ambígua,
ou excesso de zelo,
agradecê-lo por tirar-me o sono.
Desde que o escuro começou a reverberar sua presença,
ando a me pegar num êxtase tão complexo
que não raro meu corpo expande
os limites do leito desarrumado.
Hesito em expelí-lo em meus lençois,
certo de que não haverá frestas adequadas para arrancá-lo de vez.
Será necessário parí-lo?
E onde te cultivaram?
Quando plantaram você em mim?
Ou terá sido geração espontânea?
À medida em que cresço
- para suportar a agonia dos dias perdidos -,
extende-se também o desespero pela sensação de olhá-lo por cima.
Entretanto, muito entretanto,
Não tenho queda para King Kong, senhor
Apesar dos métodos primatas
E da natureza de cobertor em que me transfiguro a cada abraço.
Se é necessário ser diminuto para cabermos em nós,
diga a quem interessar possa
- respeitosamente, senhor -
que está resolvido.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
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